segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Com a crise, segure os talentos: eles podem ir para o concorrente

Navegando pela Web, encontrei um texto muito interessante e que gostaria de compartilhar com vocês, o texto é de Julio Sergio Cardozo.

Dias atrás, uma jornalista contou uma história que me deixou assustado. Em setembro passado, um conhecido dela, bastante assediado por “headhunters” na época, decidiu trocar de emprego. Foi seduzido por uma proposta para lá de tentadora, tanto financeira quanto profissional, e resolveu partir em busca de novos rumos. Passaram-se apenas dois meses e o improvável acabou acontecendo: foi demitido.

Surpreende-me ver que diante da fase em que há uma enorme disputa por talentos, as empresas deixam-se levar por uma maré de turbulências. Infelizmente, a crise financeira transformada em crise psicológica vem levando boa parte das companhias a rever suas estratégias e planos de expansão. O que deve resultar na reestruturação de seus quadros.

Uma outra jornalista me disse esta semana que a percepção dos “headhunters” é de que as empresas, na verdade, estão se aproveitando do momento para reduzir custos e, o que é pior, gente. Cérebros que, certamente, serão caçados por concorrentes mais espertos, que sabem o quanto é essencial tê-los e mantê-los.

Não dá para sair cortando gente sem qualquer critério, de forma aleatória e jogar no lixo todo o investimento feito na formação de talentos - muitas vezes de milhões de reais, de anos e anos. É necessário refletir que passado o “tsunami”, o desafio de ter as pessoas certas, nos cargos certos, continuará presente.

E, talvez, torne-se o maior quebra-cabeça para os líderes já que provavelmente algumas de suas peças mais raras não estejam mais presentes. Quero ressaltar aqui a importância de se ter cautela e evitar a tomada de decisões precipitadas. Pode parecer a melhor decisão agora, mas, sem dúvidas, destruirão os projetos no médio e longo prazo.

Com ou sem crise, pessoas são e sempre serão um enorme diferencial competitivo para as organizações. Quem souber valorizar, administrar e motivar os talentos que possui, sempre se destacará no meio de seus milhares de concorrentes. Será visto pelo mercado com uma imagem diferente daqueles que, na primeira ventania, pecou por transparecer que seu maior ativo é descartável.

Então, vocês talentos raros precisam se questionar se vale a pena continuar onde estão. Vejo aqui um cenário propício para mudar de emprego, porque seu passe em organizações visionárias será ainda mais valorizado. É claro que o momento não é o ideal para sair chutando o pau da barraca. Apenas deixe as portas abertas e fique atento que as oportunidades virão. E quando a tempestade tiver ido embora, você verá bem lá atrás pessoas chorando por não ter sabido aproveitar.

É preciso saber negociar, pois são nos momentos de crise que as empresas aproveitam para tirar talentos dos concorrentes, reduzir bônus ou simplesmente oferecer salários bem abaixo do que fariam em um momento econômico mais propício. Se você acredita em você, nas suas competências, no seu arrojo, então pode ser hora de se colocar na vitrine. Boa sorte!

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